quinta-feira, dezembro 15, 2011

10ª Edição - Hamina Faz Hara Quiri nos Tempos da Rua Araújo - José Craveirinha


Olá! Hoje vamos ler mais um prémio Camões. O Moçambicano José Craveirinha é o nosso convidado.

Não se esqueça que pode acompanhar o programa em direto todas as Quartas-feiras às 19H30 na RCV.

O Escritor moçambicano, José Craveirinha nasceu a 28 de Maio de 1922, em Lourenço Marques (actual Maputo), e faleceu a 6 de Fevereiro de 2003, na África do Sul.

Mestiço, é filho de pai branco português, algarvio, e mãe negra moçambicana, ronga.

Autodidacta, José Craveirinha abraça o jornalismo como profissão, tendo se iniciado n’O Brado Africano, um dos primeiros jornais moçambicanos dirigidos por negros e mestiços assimilados e com uma linha editorial nativista. Além d’O Brado Africano, Craveirinha também trabalhou nos diários Notícias e Tribuna, ao mesmo tempo que mantinha colaboração em forma de crónica e ensaio nos jornais Notícias da Tarde, Voz de Moçambique, Notícias da Beira, Diário de Moçambique e Voz Africana.

A partir dos anos 50, passa a desempenhar um papel de relevo na vida da Associação Africana, agremiação de carácter nativista inicialmente designada Grémio Africano, tendo chegado a ser Presidente da sua Direcção.

Nos anos 60 faria parte do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique, do Centro Associativo dos Negros da Colónia, organismo onde se reuniam os jovens nacionalistas que mais tarde se tornariam no motor do processo que levou à independência de Moçambique. Dada a sua ligação à actividades políticas e, particularmente, à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), José Craveirinha é preso pela polícia política portuguesa, a PIDE/DGS, tendo permanecido encarcerado de 1965 a 1969.

José Craveirinha consta de praticamente todas as antologias dedicadas a poetas africanos de língua portuguesa ou a poetas moçambicanos.
Começou a escrever cedo, mas a sua poesia demorou a ser publicada. Em Lisboa, a primeira obra a surgir foi Xigubo, em 1964, através da Casa dos Estudantes do Império. A partir de determinada altura, a consciência política do autor passou a reflectir-se em obras como O Grito e O Tambor.
O livro de contos que temos entre mãos: Hamina e outros contos foi dada a estampa em 1997.

Galardoado várias vezes, o prémio maior da literatura de língua portuguesa, o Prémio Camões, Foi-lhe atribuído em 1991. Ainda recebeu condecorações dos presidentes de Portugal e de Moçambique, Jorge Sampaio e Joaquim Chissano respectivamente.

Músicas Pra ouvir: a Diva Cesária Évora – Negue. Luis Amstrong com a faixa - What a Wonderful World

9ª Edição Cinco Minutos - de José de Alencar

Olá! Hoje todo o prazer da leitura fica a cargo do escritor Brasileiro do século XIX José de Alencar. Trouxemos para ler o livro – 5 minutos, o seu primeiro romance.

José de Alencar, advogado, jornalista, político, orador, romancista e Dramaturgo, nasceu em Mecejana, Brasil, em 1 de maio de 1829, e faleceu no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1877.

Em 1850 conclui o curso de Direito em São Paulo e começa a advogar no Rio de Janeiro e passa a colaborar no Correio Mercantil. Redator-chefe do Diário do Rio de Janeiro em 1855. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito várias vezes deputado geral pelo Ceará. De 1868 a 1870, foi ministro da Justiça. Não conseguiu realizar a ambição de ser senador, devendo contentar-se com o título do Conselho. Desgostoso com a política, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.

Ainda em 1856, publicou o seu primeiro romance: Cinco minutos. Em 1857, revelou-se um escritor mais maduro com a publicação, em folhetins, de O Guarani, que lhe granjeou grande popularidade. Daí para frente escreveu romances indianistas, urbanos, regionais, históricos, romances-poemas de natureza lendária, obras teatrais, poesias, crônicas, ensaios e polêmicas literárias, escritos políticos e estudos filológicos.

Sua imensa obra causa admiração não só pela qualidade, como pelo volume, se considerarmos o pouco tempo que José de Alencar pôde dedicar-lhe numa vida curta. Faleceu no Rio de Janeiro, de tuberculose, aos 48 anos.
Obras: I Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875).

A Música que nos acompanha é a referenciada no texto que lemos: Non ti Scodar di me.

O Programa vai para o ar todas as Quartas-feiras às 18H30 na RCV, com repetição aos Domingos a mesma hora.

8ª Edição - Poesias - de Januário Leite

Ora Viva! Estamos em tempo de apresentar mais um número de Seiva das Letras – todo o prazer da leitura. Aqui se cruzam as letras das músicas e a música das letras numa simbiose perfeito entre a literatura e a música.

Hoje trouxemos o lirismo de António Januário Leite, o poeta mavioso como já lhe chamaram. Temos entre mãos o Livro Poesias editado em 2006, talvez o mais completo da obra do Januário Leite.

O livro "Poesias" é uma edição conjunta da AMIPAUL (Liga dos Amigos do Paul – Santo Antão) e do Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro de Cabo Verde, dada à estampa em 2006. Com apresentação de Rosendo Pires Ferreira (AMIPAUL) e organização e prefácio do docente universitário, investigador e poeta Arnaldo França, este livro vem fixar textos de que havia diversas versões, nomeadamente nos dois volumes do «Almanach Luso-Africano» (1895 e 99), no «Novo Almanach de Lembranças Luso-Brasileiro» (publicado de 1851 a 1932), nas antologias «Poesias» (ed. da Associação Académica do Mindelo, 1952) e «Versos da Juventude» (ed. Paul, Queluz), e em outros textos e manuscritos.

Com esta obra António Januário Leite tem finalmente agora o tratamento condigno, com correçãos da sua data de nascimento e textos de alguns dos seus peomas.
António Januário Leite...

Em 1987 a Escola Secundária de Paul (Santo Antão) recebeu o seu nome, bem como um retrato pintado por Leonel Madeira e um busto em bronze, de Kiki Lima. 1995, o presidente António Mascarenhas Monteiro condecorou-o com a medalha de 2.ª classe da Ordem do Vulcão.

As música que nos acompanham: "nha coraçon" de Betu e "Je ne regrette rien" na voz de Cassia Eller.

7ª Edição - A Casa e o Mundo de Tagore



OLá! Cá estamos para mais uma sessão de leitura!

Hoje trazemos mais um clássico da literatura: a Casa e o Mundo de Rabindranath Tagore, o mais prestigiado escritor índio do século XX.

Rabindranath Tagore poeta, filósofo, músico, educator e patriotista. Nasceu em1861em Calcutá e morreu aos 80 anos em 1941. Nasceu numa família abastada e teve uma educação tradicional. Estudou direito na Inglaterra entre 1878 e 1880. Retornou à Índia e passou a administrar as propriedades rurais da família.

Cedo manifestou sua vocação poética. Seus primeiros versos foram reunidos nos livros "Canções da Noite" e "Canções da manhã". Escrevendo em língua bengali, Tagore experimentou depois quase todos os géneros literários. Publicou poemas, contos, romances e ensaios. Seus versos têm um tom de cativante humanidade e atraem pela mensagem universal.

Em 1901, Tagore fundou uma escola de filosofia em Santiniketan. Escreveu poemas místicos entre 1902 e 1907, tocado pela morte da esposa e de dois de seus filhos. Alguns desses poemas estão coligidos em sua obra mais conhecida, "Oferenda Lírica", publicada em 1910. A repercussão internacional dessa obra lhe valeu a indicação para o Prémio Nobel de Literatura, que recebeu em 1913. Dois anos depois, recebeu o título de cavaleiro britânico.

Rabindranath Tagore tornou-se um escritor de prestígio e passou a receber convites para palestras e encontros em diversos países. Em 1919, renunciou ao título de Sir, em protesto à política inglesa em relação à Índia.
Rabindranath Tagore faleceu em Bengala, aos 80 anos.

A História de "A Casa e o Mundo" passa em Bengala Ocidental, início do séc. XX: Bimala, uma das personagens principais, relembra os eventos que moldaram sua visão de mundo. Anos atrás, seu marido Nikhil, um moderno e rico latifundiário, desafiou a tradição ao dar-lhe educação e ao convidá-la para sair da reclusão na qual as mulheres casadas eram mantidas na época, para o espanto dos outros parentes. Ao conhecer Sandip, colega revolucionário do marido, ela se envolve nesta causa política apesar dos avisos de Nikhil. Conforme a história se desenvolve, a relação entre Bimala e Sandip vai além do platonismo e as batalhas políticas, colocando ricos contra pobres e hindus contra muçulmanos, revelam-se mais complexas do que todos imaginavam.

Músicas que nos acompanham: Think of me, mais uma música da opera The Phantom of the Opera – com Rebeca Cain

6ª Edição - Vidas Paralelas de Mário Lúcio Sousa

Olá!Deixa-se ficar e não se arrependa. Nós prometemos levar até sí todo o prazer da leitura e é claro a boa música de sempre.

O programa vai para o ar às 19H30 na RCV todas as Quartas-feiras com repetição aos Domingos a mesma hora.

E hoje o nosso convidado é nada mais nada menos que o ministro da Cultura Mário Lúcio Sousa, através da sua obra Vidas Pararelas.

Uma auto-biografia de Mário Lúcio Sousa, o nosso ministro de cultura.

Lúcio Matias de Sousa Mendes, de seu nome próprio, nasceu no Tarrafal, Ilha de Santiago, em 21 de Outubro de 1964. É Licenciado em Direito pela Universidade de Havana, Cuba. Já foi nacional 1996 e 2001. Foi Condecorado pela presidencia da república em 2006 com a Ordem do Vulcão.

Na música, foi fundador e líder do grupo musical Simentera, antes de se enveredar por uma carreira a solo. Compositor, multi-instrumentista e arranjador de vários álbuns de artistas cabo-verdianos, e um estudioso da música tradicional. Já gravou com vários músicos de renome internacional.

Mário Lúcio Sousa estreou-se no Mundo da Literatura em 1990 com a obra poética Nascimento de Um Mundo (poesia, 1990); os dois seguintes livros iam ser também de poesia Sob os Signos da Luz de 1992, e Para Nunca Mais Falarmos de Amor de 1999. O primeiro livro de prosa viria em 2000 com Os Trinta Dias do Homem mais Pobre do Mundo que ganhou a 1ª edição do prémio do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa. Vidas Paralelas foi publicado em 2003. MLS que é também dramaturgo publicaria Adão e As Sete Pretas de Fuligem em 2001. Depois seguiria Saloon em 2004 e em 2008 publicou a colectânea Teatro. O seu mais recente livro é o Novíssimo Testamento dado a estampe em 2010 pela editora Dom Quixote e vencedor do prémio Carlos de Oliveira, galardão atribuído pela Câmara Municipal de Cantanhede - Portugal.

As músicas que nos acompanham neste programa são: Ilha de Santiago de Mário Lúcio, e O Mar e Tu, um dueto entre Andrea Boceli e Dulce Pontes.

terça-feira, dezembro 13, 2011

4ª Edição do Seiva das Letras - A Cabeça Calva de Deus do Poeta Corsino Fortes

Seja bem vindo ao Seiva das Letras. O nosso convidado de hoje é o poeta Corsino Fortes.

CORSINO António FORTES nasceu a 14 de Fevereiro de 1933, em Mindelo, São Vicente. Licenciado em Direito (Lisboa, 1966), veio a exercer várias funções políticas e administrativas. Já foi ministro e secretário de estado, embaixador de Cabo Verde junto de alguns países, por exemplo, Portugal.

Desde cedo abraçou a causa da luta de libertação nacional. O conhecimento profundo da história do país, sendo alias um dos seus obreiros, Corsino Fortes conta, ou senão canta, esta história de forma poética e épica nos seus três livros de poema, Pão & Fonema (1973), Árvore & Tambor (1986) e Pedras de Sol & Substância (2001) depois reunidos nesta Trilogia que é a obra a Cabeça Calva de Deus.

Como escreve Ana Mafalda Leite no posfácio deste livro que a Cabeça Calva de Deus, apresenta-se como uma trilogia fundacional e épica da história do país. Diz ainda que nesta obra se lê um percurso que começa por anunciar a libertação do país, o festeja em tom celebrativo e o dignifica na sua solaridade cultural.

Pois é... A grandeza da obra de Corsinno Fortes é reconhecida em vários países, faz parte de colectâneas de vários países, infelizmente ainda não ganhou o prémio Camões.

Mas Corsino fortes já foi condecorado pelo Governo Português com a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique e com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito; pelo Governo Francês com o Grand Officier de l’Ordre e pela Presidência da República de Cabo Verde com a Ordem do Vulcão.

Actualmente Corsino Fortes é Presidente da Associação de Escritores Cabo-verdianos.

Para além da leitura, aprecie as duas ofertas musicais: o dueto entreMariza e Tito Paris na música Beijo de Saudade, e a música Opera n.º2 do cantor russo Vitas.

3ª Edição Seiva das Letras - Carta de Uma Desconhecida de Stefan Zweig

Nesta terceira Edição do SEIVA DAS LETRAS Stephan Zweig faz as honras da casa. Ele nasceu em viena-Áustria a 28 de Novembro de 1881. Estudou folisofia e começou a escrever poemas e dramas. Tornou-se mais famoso quando começou a escrever histórias curtas, que tivera grande exito. Zweig era um çavido pacifista. Ele sonhava com uma europa unida. A 1ª guerra mundial machocou-o profundamente. Por ser judeu teve de deixar a Áustria. Viajou por muitos países a procura de paz de espírito. Infelizmente não a encontrou em nenhuma parte, e o seu desespero concernente a guerra fê-lo cometer suicídio em Petrópolis no Brasil, a 22 de Fevereiro de 1942.

O Conto que lemos nesta edição, "Carta de Uma Desconhecida", narra a história de um escritor que recebe uma carta de uma mulher que gostou dele toda a vida em silêncio. Ela conheceu-o quando ara ainda uma adolescente. Envlveu com o escritor,mas para o escritor foi apenas uma aventura passageira. Depois de três noites de aventura a menina fica grávida e, no entanto, os pais mudam para uma outra provincia, a jovem teve o filho que idolatrava como se fosse o retrato vivo do homem que amava perdidamente. No entanto, a criança veio a sucumbir de uma pneumonia e ela entra em desespero. Tenta de novo procurar o escritor, todos os dias ficava horas na sua porta, passava por ele na rua mas o escritor não a reconhecia de maneira alguma. Vendo que aquele amor seria impossível e com a morte do filho resolve suicidar-se. Mas antes escreve uma carta ao escritor confesssando o seu amor que o escritor nunca chegou a saber.

Aprecie também as músicas que nos acompanham nesta edição: Cartinha na voz de Lura e Mujer na voz do Tenor Placido Domingo, um dos grandes responsáveis pela popularização da Opera no mundo.


sábado, outubro 22, 2011

2ª Edição Programa Seiva das Letras - João Manuel Varela



Neste programa n.º2 leio um trecho de "O Estado Impenitente da Fragilidade" de João Manuel Varela.

O escritor e cientista João Manuel Varela nasceu a 7 de Junho de 1937, em Mindelo, ilha de São Vicente e morreu a 7 de Agosto de 2007 na sua cidade de Micadinaia como se referia a Mindelo.

Formado em medicina pelas universidades de Coimbra e Lisboa, João Manuel Varela viveu largos anos na Europa, sobretudo na Bélgica, sendo doutorado pela Universidade de Antuérpia, onde pôde desenvolver as suas investigações no domínio do cérebro (neuropatologia e neurobiologia, em particular).

Nas suas andaças pelo mundo, Varela também viveu em Angola e no Lesoto, nos anos 70 e 80, tendo regressado a Cabo Verde em 1998 depois de uma ausência de mais de 40 anos.

Integrou-se no ISECMAR, onde passou a leccionar Citologia e Fisiologia Celular, até contrair a doença que o afectou para o resto da vida.
Em S. Vicente, fundou a Academia de Estudos de Culturas Comparadas, AECCOM, que publicou vários números da revista “Anais”.

Poeta, contista, romancista e ensaísta, como escritor, J.M. Varela usava como pseudónimos João Vário e Timóteo Tio Tiofe (poesia) e G. T. Didial (ficção e ensaios).

A sua obra, em especial a poética, é considerada pela generalidade da crítica como uma das mais complexas e ricas produzidas por um criador cabo-verdiano.

Varela publicou, em 1975, com o pseudónimo de Timóteo Tio Tiofe, aquele que é considerado um dos marcos da poesia cabo-verdiana pós-Claridade: “O primeiro livro de Notcha”, tendo se seguido, em 2001, “O segundo livro de Notcha”.

Mas é como João Vário que se impôs de forma incontornável nas letras cabo-verdianas, com uma série de livros denominados “Exemplos”, alguns dos quais escritos directamente em francês e inglês.

O romance “O estado impenitente da fragilidade” e os dois volumes de “Contos da Macaronésia”, além de textos dispersos, completam a bibliografia deste autor cabo-verdiano.

Além da literatura J.M. Varela, é também autor de uma vasta produção de carácter científico, parte da qual se encontra publicada de forma dispersa em revistas especializadas.

A par do químico Roberto Duarte Silva, Varela é o único cabo-verdiano que deixa o seu nome associado a descobertas na área médico-científica, nomeadamente o “sindroma de Varela”, um líquido existente no cérebro e que tem uma função considerada importante.

1ª EdiçãoPrograma Seiva das Letras - Vergílio Ferreira



Benvindo ao Seiva das Letras - todo o prazer da leitura.


Nesta primeira edição lemos o delicioso conto "Adeus" de Virgílio Ferreira. 

Virgílio Ferreira. Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu a função docente no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses do século XX.

Em 1992 recebeu o Prémio Camões.
Iniciou a sua produção literária em 1943 com a obra O Caminho Fica Longe. Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária.
Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993).
Temos entre mãos a coletânea “Contos” que reúnes contos de Virgílio Ferreira entre 1945 e 75. Para lermos daqui a pouco... “Adeus”.