segunda-feira, janeiro 10, 2005

Adeus

Adeus meu amor, minha flor!
Vou-me embora esposar a solidão.

O meu amor é grande demais.
Arrebenta com as artérias do meu coração,
Inflama a minha alma,
E deixa-me a andar atrofiado no fio da navalha.

Vou-me embora para sempre,
E deixo a chave da vida
Depositada no fundo do mar.

E pensar que todo o crime que cometi
Foi amar alguém
Mais do que um coração humano pode receber!

Ai, se soubesses!
Se soubesses o quanto te amei!?
Tanto quanto amo agora a solidão:
Minha verdadeira esposa.
Adeus meu amor! Adeus!

Faro, 1999.

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