Hoje voltamos a convocar o patrício, prémio Camões, Arménio Vieira. Vamos conferir o seu mais recente trabalho, dois livros gémeos lançados de uma assentada esta semana: “Brumário” e “Derivações do Brumário”.
Vamos ver se há seiva a escorrer destes livros de poesia tal como jarra nos seus outros livros, principalmente nos romances “O Eleito do Sol” e “No Inferno”.
O próprio autor já avisa que "a leitura não é fácil, é para gente culta". É realmente preciso boa cultura livresca para se entender as evocações de grandes escritores do mundo e de suas obras como também de seus personagens, e também para se entender as referências históricas. São Livros para ler com calma, refletir e também revisitar estes vultos da literatura e da história universal, principalmente ocidental.
Mas, aqui no programa, como lemos para os outros, o que procuramos é a seiva para podermos encantar os ouvintes e deixar-lhes com aquela vontade de ler.
E realmente esta obra do Arménio Vieira é no mínimo desconcertante, não nos deixa indiferentes. No primeiro nos espanta, nos revolta, depois cativa nossa curiosidade e sem nos darmos conta já começamos a sentir a um certo gosta da seiva poética.
Esta obra foge a todas as regras tradicionais da poesia deste o estilo, à estética, aos temas, como o encadeamento.
È assim Arménio Vieira, simplesmente um poeta como ele próprio se caracteriza.
Antes da leitura vem a música. Música com seiva, claro. E há muita seiva a escorrer desta música “Nôs Fe” do grande compositor Betu na voz fenomenal de Mirri Lobo.
Com 72 anos, Arménio Vieira, Prémio Camões em 2009, diz-se simplesmente um Poeta. Começou como colaborador de revistas e suplementes literários desde o início dos anos 60. Publicou a compilação Poemas em 1981; a novela “O eleito do Sol” em 1990; o romance “No Inferno” em 99; o livro de poemas Mitografias em 2006; e “O Poema, a viagem, o sonho em 2010.
Arménio Vieira disse à agência Lusa que a obra “Brumário” e “Derivações do Brumário” tem um tom "revolucionário", não fosse "brumário" mais do que uma metáfora à revolução francesa, pois a palavra era o segundo mês do calendário da primeira República gaulesa.
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