domingo, junho 09, 2013

46ª Edição - Mia Couto - A Varanda do Frangipani


Hoje voltamos a beber da seiva de Mia Couto. É a terceira vez que o lemos aqui no Seiva das Letras. Na segunda vez trouxemo-lo com a justificação de que escoria muita seiva da sua pena. E desta vez, o caro ouvinte já sabe dos motivos para revisitarmos este escritor moçambicano: Nesta segunda-feira ganhou o prémio maior da literatura de língua portuguesa, o Prémio Camões.
Parabéns pois a Mia Couto, um prémio considerado praticamente por toda a crítica como mais do que merecido.
O inventor de palavras é o 25º vencedor do galardão, e o segundo no seu país. O mestre Craveirinha já o havia ganho em 1991. Ele também que já fez as delícias dos ouvintes aqui no Seiva das Letras com o conto Hamina.
Hoje vamos ler um trecho de "A Varanda do Frangipani". Vamos ouvir também a boa música de costume. Pra ouvir: Música Moçambicana com um dos seus maiores representantes Stewart Sukuma que aqui faz um dueto com a brasileira Elizah na música Wulombe. Oiçamos:



Não é que precisa de apresentação, mas Mia Couto, de seu nome próprio António Emílio Leite Couto, nasceu na Cidade da Beira (Moçambique) em 1955. Publicou os primeiros poemas no "Notícias da Beira", com 14 anos. Em 1972, deixou a Beira e partiu para Lourenço Marques para estudar Medicina. A partir de 1974, começou a fazer jornalismo, tal como o pai. Com a independência de Moçambique, tornou-se director da Agência de Informação de Moçambique. Dirigiu também a revista semanal "Tempo" e o jornal "Notícias de Maputo".
Em 1985 formou-se em Biologia pela Universidade Eduardo Mondlane. Foi também durante os anos 80 que publicou os primeiros livros de contos. No entanto, estreou-se com um livro de poemas, "Raiz de Orvalho" (1983). Depois, publicou dois livros de contos: "Vozes anoitecidas" (1986) e "Cada Homem é uma Raça" (1990). Em 1992 deu a estampa o seu primeiro romance, "Terra Sonâmbula". A partir de então, apesar de conciliar as profissões de biólogo e professor, nunca mais deixou a escrita e tornou-se um dos nomes moçambicanos e da língua portuguesa mais traduzidos.
Outros livros do autor são: "Estórias Abensonhadas" (1994); "A Varanda do Frangipani" (1996) e que lemos hoje aqui no programa; "Vinte e Zinco" (1999); "Contos do Nascer da Terra" (1997); “Cronicando” (1998); "Mar me quer" (2000); "Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos" (2001); "O Último Voo do Flamingo" (2000); "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra" (2002). "O Fio das Missangas" (2004). “Pensatempos” (2005); Idades, Cidades, Divindades (2007). Venenos de Deus, Remédios do Diabo (2008). Jesusalém [no Brasil, este livro tem como título Antes de nascer o mundo] (2009). Publicou ainda “E se Obama fosse africano e outras interinvenções” (2011). Também em 2011 deu a estampa “Tradutor de Chuvas”. Para no ano seguinte publicar “A Confissão da Leoa”.
Mia Couto ainda escreveu para os mais novos o livros: “A Chuva Pasmada" (2004), "O beijo da palavrinha" (2006), O Outro Pé da Sereia" (2006), e "O Gato e o Escuro" (2011) ".
O escritor confessou a nossa emissora que esta trabalhando num livro que resgata a e estória do mítico Gongonhana, um personagem que atravessa várias culturas africanas.

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