domingo, junho 09, 2013

39ª Edição - Safo - Poemas


Bem-vindo ao Seiva das Letras, todo o prazer da leitura!
Hoje nosso cálice vai encher e transbordar do néctar destilado por Safo, poetiza grega do século VI antes de Cristo.
Pois é, hoje, vamos viajar até a antiguidade grega, guiados por esta ideia romântica de vermos Safo, linda e esbelta de pés descalços nos jardins de Lesbos a derramar melodias com a sua lira, enquanto canta suas poesias para suas alunas, pelas quais morre de paixão. Falar de Safo não é todavia fácil já que as histórias e os dados sobre ela são por vezes controversos e fragmentados.
Antes da leitura vem, a música, pra ouvir, já agora, música grega, canta Dimitris Kontogiannis.


Mas parece consensual que Safo nasceu nos anos seiscentos antes de Cristo, na ilha de Lesbos na Grécia. Tudo indica que Safo provinha de uma família rica.
Crê-se que Safo escreveu nove livros de odes, cantos de boda, elegias e hinos, mas apenas poucos fragmentos dessas obras chegaram aos nossos dias. Os nove livros parecem ter sido organizados segundo a métrica da poesia. O primeiro livro, por exemplo, só contém poemas escritos em sáfico, um tipo de verso que ela inventou. O sáfico consiste em uma estrofe de quatro linhas, sendo que as três primeiras linhas têm onze sílabas cada e a quarta linha, cinco.
Enquanto outros poetas glorificaram deuses e heróis, os poemas de Safo, em geral, eram sobre amor, morte e paixão e estavam repletos de cenas idílicas da vida na Grécia e da vida das mulheres.
Um dos fragmentos de sua poesia que chegou aos nossos dias é a Ode de Afrodite, que foi citada pelo estudioso Dionísio de Halicarnasso no século I a.C. A obra de muitos poetas gregos que vieram depois, inclusive a de Teócrito, traz a marca da influência de Safo.
Safo era uma poetiza tão renomada que, dois séculos depois de sua morte, Platão a chamou de a ”décima musa”.
Safo ensinou música e poesia à um grupo de jovens mulheres aristocratas e, quando elas se casavam, compunha uma ode especial para a ocasião. Ela também inventou uma lira de vinte e uma cordas, com a qual se acompanhava quando cantava seus poemas. Segundo o poeta Anacreonte, Safo sentia atracão sexual pelas suas alunas. É desta suposta relação com as sua alunas que provém os termos safismo e lesbianismo para se referir a homossexualidade feminina.

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