segunda-feira, janeiro 10, 2005

Utopia


Fui plantar cabos de éden no istmo da minha alma,
Para que meus versos desérticos rimassem com o verde do nome do meu país.

Tentei salivar rios de água doce entre vales de pastagem;
Asfaltei minha própria língua,
Para que ilha rimasse com progresso.

Mas, minhas palavras pedregosas só me dão versos de rochas nuas!
Minha alma é um pé de pinheiro que dança com o vento leste!
Meu choro raro é chuva míngua em terra seca!

Escavei bem fundo meu coração vulcão,
Na esperança infausta de encontrar o germe pão.
Só encontrei uma guisa de morna
Entrançado num riso de morabeza.

Faro, 2000.

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