sábado, outubro 22, 2011

2ª Edição Programa Seiva das Letras - João Manuel Varela



Neste programa n.º2 leio um trecho de "O Estado Impenitente da Fragilidade" de João Manuel Varela.

O escritor e cientista João Manuel Varela nasceu a 7 de Junho de 1937, em Mindelo, ilha de São Vicente e morreu a 7 de Agosto de 2007 na sua cidade de Micadinaia como se referia a Mindelo.

Formado em medicina pelas universidades de Coimbra e Lisboa, João Manuel Varela viveu largos anos na Europa, sobretudo na Bélgica, sendo doutorado pela Universidade de Antuérpia, onde pôde desenvolver as suas investigações no domínio do cérebro (neuropatologia e neurobiologia, em particular).

Nas suas andaças pelo mundo, Varela também viveu em Angola e no Lesoto, nos anos 70 e 80, tendo regressado a Cabo Verde em 1998 depois de uma ausência de mais de 40 anos.

Integrou-se no ISECMAR, onde passou a leccionar Citologia e Fisiologia Celular, até contrair a doença que o afectou para o resto da vida.
Em S. Vicente, fundou a Academia de Estudos de Culturas Comparadas, AECCOM, que publicou vários números da revista “Anais”.

Poeta, contista, romancista e ensaísta, como escritor, J.M. Varela usava como pseudónimos João Vário e Timóteo Tio Tiofe (poesia) e G. T. Didial (ficção e ensaios).

A sua obra, em especial a poética, é considerada pela generalidade da crítica como uma das mais complexas e ricas produzidas por um criador cabo-verdiano.

Varela publicou, em 1975, com o pseudónimo de Timóteo Tio Tiofe, aquele que é considerado um dos marcos da poesia cabo-verdiana pós-Claridade: “O primeiro livro de Notcha”, tendo se seguido, em 2001, “O segundo livro de Notcha”.

Mas é como João Vário que se impôs de forma incontornável nas letras cabo-verdianas, com uma série de livros denominados “Exemplos”, alguns dos quais escritos directamente em francês e inglês.

O romance “O estado impenitente da fragilidade” e os dois volumes de “Contos da Macaronésia”, além de textos dispersos, completam a bibliografia deste autor cabo-verdiano.

Além da literatura J.M. Varela, é também autor de uma vasta produção de carácter científico, parte da qual se encontra publicada de forma dispersa em revistas especializadas.

A par do químico Roberto Duarte Silva, Varela é o único cabo-verdiano que deixa o seu nome associado a descobertas na área médico-científica, nomeadamente o “sindroma de Varela”, um líquido existente no cérebro e que tem uma função considerada importante.

1ª EdiçãoPrograma Seiva das Letras - Vergílio Ferreira



Benvindo ao Seiva das Letras - todo o prazer da leitura.


Nesta primeira edição lemos o delicioso conto "Adeus" de Virgílio Ferreira. 

Virgílio Ferreira. Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu a função docente no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses do século XX.

Em 1992 recebeu o Prémio Camões.
Iniciou a sua produção literária em 1943 com a obra O Caminho Fica Longe. Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária.
Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993).
Temos entre mãos a coletânea “Contos” que reúnes contos de Virgílio Ferreira entre 1945 e 75. Para lermos daqui a pouco... “Adeus”.